E o porquê de tanto ódio?
Falar de preconceito, em pleno século 21, em meio a tanta informação e de avanços tecnológicos, parece ultrapassado, mas infelizmente não é. O mesmo homem que traz invenções e curas para a humanidade, é o que traz o preconceito que, potencializado pela mídia, reflete em nossas atitudes, crenças e ações. Ver a dura realidade retratada em filmes como Laramie Project (2002), realmente me faz pensar no triste rumo que o nosso mundo está tomando. E isso é algo que já penso há muito tempo. Um exemplo desse meu descontentamento com a humanidade foi o crime de ódio ocorrido em Laramie, 1998, que resultou na morte de um garoto, pelo simples fato de ele ser gay. O jovem Matthew Sheppard, 22 anos, foi brutalmente assassinado por dois outros rapazes que afirmaram terem sido “cantados” por ele e, por esse motivo, o espancaram e o amarram a uma cerca, ali o deixando em estado de coma profundo. O filme narra esse acontecimento através de inúmeras entrevistas, com os moradores da cidade, realizadas por um grupo de teatro que pensa em levar para o palco tal brutal acontecimento. O que mais impressiona nesses relatos é o fato de que a fala, da grande maioria dos moradores, é carregada de ódio e preconceito. Filmes com tal temática já ganharam grande importância nas telas com o excelente “Meninos não choram” comovendo aos que o assistiram. Porém, com a nova onda de fundamentalismo defendida pelo governo norte-americano, a indústria cinematográfica vai ter que se esforçar muito para que a discussão atinja um número maior de pessoas. Algo realmente contraditório, mas não novo, para um país que se entitula como “The Home of the Free” e “The Land of the Brave”. E, infelizmente, ainda vamos ouvir muito por aí que o filme "Brokeback Mountain" não trata do amor entre iguais e sim sobre o “amor” apenas. Que pena!
Abaixo seguem os links para os sites relacionados tanto ao projeto teatral quanto ao cinematográfico:
6 Comments:
At terça-feira, março 28, 2006, Marcelo said…
Concordo que toda a forma de preconceito, seja ela por orientação sexual, por credo, por etnia ou até mesmo por idéias é algo que deve ser combatido incessantemente. Acredito que hoje em dia seja mais fácil do que já foi há algum tempo atrás, mas a humanidade vive em volta a "idas e vindas" na caminhada histórica. Os gregos gozavam de liberdade sexual e intelectual, por exemplo, porém relegavam as mulheres como seres inferiores.
É, pois, difícil encontrar um equilíbrio. Nossa sociedade ocidental ainda guarda muito dos resquícios da religiosidade e até mesmo valores medievais, fortemente dominados pela moral eclesiástica. É quase natural que o pensamento seja muito conservador, apesar de acreditar que nas últimas décadas houve um avanço considerável em termos de liberdades.
Estes avanços, contudo, não deverão nos tornar acomodados e apenas esperar que as coisas mudem de forma natural e gradativa. Iniciativas de denúncia e reflexão, como este belo post que tu nos brindou, deverão se multiplicar para que as diferenças sejam não só aceitas, mas respeitadas -e por que não? - celebradas
At terça-feira, março 28, 2006, Fernando Halal said…
Onde visse?? Não tem em DVD, né?
(noguiiiiiiiiii... NHÔ)
...Mas ah, hein, garotão? Belo texto!
At quarta-feira, março 29, 2006, Lizi said…
É realmente vergonhoso e catastrófico que uma sociedade dita como tão diplomática seja a mesma que cria monstros incapazes de conviver pacificamente com irmãos de idéias, etnias e 'orientações' sexuais diferentes. É a contradição da civilização não-civilizada: por mais que se tente evoluir, sempre possuirá viventes com a capacidade intelectual menor que a de uma barata. O pior é que não se quer deixar mudar... Such a shame =/
Contudo, concordo com o que foi ateriormente dito, é difícil encontrar um equilíbrio, mas está na hora de mudar e lutar por direitos iguais e respeito a todas as causas, assim como tu estás fazendo com esse teu belíssimo post!
Parabéns! Beijos!
At quinta-feira, março 30, 2006, Alex said…
Eu amo a Laura Linney e a Camryn Manheim.
Mas eu acho, meu velho, que a gente não precisa ir muito longe, não. Onde há ignorância, há preconceito. Não tem aquele tal provérbio árabe que diz "a ignorância é vizinha da maldade"?
Quanta coisa pior já não aconteceu no Brasil, em Rio Grande?
Bom, mas vamos falar de coisas boas. Esqueceste de mim no post do Friends. Faltou Video Shop, cine Plaza. Tu és Phoebe com Mônica.
;-)
At quinta-feira, abril 13, 2006, John said…
E o porquê de tanto...tempo sem postar? Escreve aí, teu texto é muito bom! Tô esperando...
At terça-feira, maio 09, 2006, Lizi said…
Posta mais Rapha!
:)
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